terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gel Criado para Evitar a Contaminação

LONDRES (Reuters) - Um gel criado pelo laboratório norte-americano Endo para evitar a contaminação pela Aids foi reprovado em testes na África, disse o Conselho de Pesquisa Médica (MRC) da Grã-Bretanha na segunda-feira.
O microbicida vaginal Pro 2000 foi testado em mais de 9.000 mulheres em quatro países africanos, sem evidências de que reduza a contaminação pelo vírus causador da Aids, HIV.
O resultado é um novo revés para o laboratório, cujas acções já tinham caído neste mês por causa da recusa das autoridades dos EUA em aprovar o medicamento Aveed, contra défice de testosterona.
Até agora, não há nenhum gel microbicida que funcione contra a contaminação pelo HIV, e este teste "mostrou conclusivamente que o gel Pro 2000 não tinha benefício agregado", disse o MRC em nota.
"Este resultado é desanimador, particularmente à luz dos resultados de um teste menor patrocinado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA, que sugeria que o Pro 2000 poderia reduzir em 30 por cento o risco de infecção pelo HIV", disse Sheena McCormack, do MRC, responsável pelo estudo.
Pesquisas apresentadas em Fevereiro numa conferência sobre Aids no Canadá sugeriam que o gel Pro 2000, adquirido neste ano pelo laboratório Endo na compra do Indevus Pharmaceuticals, poderia reduzir em um terço o índice de contaminação.
O estudo do MRC foi o maior teste clínico internacional já feito sobre um gel para a prevenção do HIV.
Quase 60 milhões de pessoas já foram contaminadas com o vírus, e 25 milhões morreram de Aids desde o início da década de 1980.
O teste do MRC, realizado entre Setembro de 2005 e Setembro de 2009, abrangeu 9.385 mulheres e foi realizado pelo Programa de Desenvolvimento de Microbicidas, parceria não-lucrativa entre 16 instituições africanas e europeias de pesquisas.
Os pesquisadores disseram que não houve diferenças significativas na taxa de contaminação entre as mulheres que usaram o gel Pro 2000 e as que usaram um gel placebo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Preservativo recusado

Mães Adolescentes dizem que contracepção é pouco prática e desagradável

A maioria das 17 grávidas e mães adolescentes ligadas ao programa Cegonha e Companhia, em Santa Maria da Feira, nunca usava qualquer método contraceptivo na sua actividade sexual por "não gostar" dos preservativos "nem ser prático" conseguir a pílula. Vera Lopes de 16 anos e que espera uma menina para Fevereiro, refere que não gosta de usar preservativo e que também não usava a pílula porque tinha de ir a uma consulta.

As jovens revelam também desconhecer outros métodos para evitar a gravidez, como o DIU.

As jovens são igualmente inexperientes no tratamento dos bebés, pelo que consideram positivo o programa Cegonha e Companhia.

"Eu sabia lá como preparar um biberão, dar banho ao meu filho ou limpar-lhe o cordão umbilical", disse Sílvia Bernardo. Mãe aos 17 anos diz que engravidou por opção, quando, após a morte da mãe, quis "dar vida à casa" que já partilhava com o namorado.

Correio da Manhã

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Posição da Igreja em Relação ao uso do Preservativo


Enquanto a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que a cada 14 segundos um jovem é infectado pelo vírus da Aids, a Igreja tem afirmado a milhões de fiéis que preservativos não são eficientes para prevenir a transmissão da doença. "O argumento moral contra a camisinha está sendo reforçado por uma abordagem clínica inconsistente", disse Steve Bradshaw, jornalista do programa Panorama, da BBC de Londres, que levará ao ar reportagem sobre o tema no domingo. As alegações da Igreja são exactamente o contrário do que a ciência já provou. O argumento é o de que não se pode garantir que o preservativo bloqueie o vírus, porque isso não ocorre nem mesmo com o espermatozóide, cujo tamanho é muito maior. "O HIV é 450 vezes menor do que o espermatozóide. E o espermatozóide pode passar pela trama do preservativo", declarou o cardeal Alfonso Lopez Trujillo, presidente do Conselho Pontifício para a Família, do Vaticano. O cardeal disse que, assim como as autoridades de saúde alertam a sociedade sobre os perigos do tabaco, o mesmo deveria ser feito com a camisinha.
Num continente onde os efeitos da epidemia do HIV têm sido devastadores, o arcebispo de Nairóbi, no Quénia, Raphael Ndingi Nzeki, disse à emissora britânica: "A Aids tem crescido tão rápido por causa da disponibilidade de preservativos". O Vaticano se opõe a qualquer forma de contracepção. Critica particularmente o uso de camisinhas, considerado um incentivo à promiscuidade. Em vários países, porém, a equipe do programa da BBC constatou que o discurso da Igreja é ainda mais dramático: de que os preservativos podem matar.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) rejeita o ponto de vista da Igreja. Segundo a entidade, responsável por vigiar o bem-estar e a saúde das populações, as afirmações dos religiosos sobre preservativo e Aids são incorrectas e perigosas, uma vez que o Mundo vive uma epidemia que já matou 20 milhões de pessoas e atinge outras 42 milhões.
Em São Paulo, especialistas ficaram abismados com a atitude da Igreja. "É uma agressão à ciência", disse Hélio Vasconcellos Lopes, presidente do Departamento de Infectologia da Associação Paulista de Medicina. Para ele, a nova posição da Igreja é pior que a anterior, de proibir o uso de camisinha. "São dois absurdos: proibir e não reconhecer como eficiente na prevenção da Aids".
O infectologista David Uip, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi enfático: "Sou católico e acredito que a Igreja tem papel fundamental na formação do jovem, mas ela não deve atrapalhar em assunto sério. Uip também afirmou que a Igreja está usando argumentos científicos falsos. Até o início da noite de ontem o Vaticano não tinha se manifestado sobre a polémica.

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (Brasil)

Preço dos Preservativos

O gráfico mostra o preço de uma embalagem de 12 preservativos Durex Elite em diferentes países.

Preservativos vendidos nas Máquinas de Tabaco

A ideia surgiu com o objectivo de vender preservativos a baixo custo, 3 por 1€.

Tipos de Preservativos


No que diz respeitos aos vários tipos de preservativos, há que considerar o preservativo feminino e o masculino.
O preservativo feminino é uma cobertura macia, mas forte, feita de plástico de poliuretano. A cobertura tem dois plásticos redondos em ambas as pontas. Uma das argolas na ponta fechada serve para ajudar a inserir e manter o preservativo no lugar contra o colo do útero. A argola na ponta aberta é ligeiramente maior e permanece fora da vagina, cobrindo tanto a genitália da mulher como a base do pénis do homem. Os preservativos são equipados com um lubrificante aguado que facilita a inserção e permite um movimento confortável durante as relações sexuais. Se for necessário um lubrificante adicional, qualquer tipo de lubrificante pode ser usado, incluindo produtos com base em óleo que não podem ser usados com o preservativo masculino. Contrariamente aos diafragmas e contraceptivos orais, não é necessária nenhuma prescrição ou assistência médica para a utilização do preservativo feminino. Não precisa de ser colocado de uma maneira especial. A mulher coloca-o na vagina utilizando as suas mãos e pode fazê-lo a qualquer momento, horas antes das relações sexuais. A outra vantagem prática é que o preservativo feminino não tem de ser tirado imediatamente após a ejaculação. O preservativo feminino permite, pela primeira vez, que a mulher tome a decisão de usá-lo.
Relativamente aos preservativos masculinos, uma primeira distinção entre estes pode ser efectuada com base no material de que são feitos: látex, plástico (poliuretano). O preservativo de plástico é usado principalmente por aqueles que são alérgicos ao látex. Como são uma minoria, o preservativo de látex é muito mais comum. Actualmente, há muitos tipos de preservativos de látex no mercado: lubrificado - os tradicionais vêm com um gel incolor que envolve o preservativo, lubrificando-o e facilitando a penetração. Aconselhado para todos os tipos de relação sexual; sem lubrificação - aconselhadas apenas para os que têm alergia a algum tipo de lubrificante, a desvantagem é o incómodo que o atrito pode causar, além de ser mais propensa a romper; diferentes texturas - com relevos, pontinhos salpicados, ondulações e bolinhas, dão mais prazer ao casal, aumentando a sensação de prazer durante a relação sexual; diferentes tamanhos - há os mais variados tamanhos de preservativos desde os mais pequenos até aos maiores para os bem dotados. É fundamental uma boa adaptação com o tamanho do pénis para não causar incómodos; efeito retardador - feitas com 4,5% de benzocaína, substancia que dá uma retardada na ejaculação masculina, prolongando um pouco mais o tempo da relação sexual; sensíveis – são preservativos mais lisos e finos, lubrificados e que aumentam a sensibilidade durante a relação sexual; com aromas – preferidos para sexo oral, podem ser encontrados nos sabores de morango, menta, hortelã, chocolate, maracujá, banana, etc; hot – preservativos que aquecem durante a relação proporcionando sensação de calor. Nos últimos anos, fizeram-se vários esforços para tornar os preservativos mais atractivos e assim serem considerados objectos de “divertimento” e enfatizando os possíveis aspectos engraçados da sua utilização. A escolha entre os vários tipos de preservativos é uma questão pessoal, embora muitos homens considerem certos aspectos uma futilidade. Como tal, pode ser útil experimentar diferentes tipos de preservativos, para encontrar o tipo de preservativo com o qual se sente mais confortável. Escusado será dizer que quer o preservativo feminino, quer o masculino só são utilizados uma só vez.

Historia dos Preservativos


O preservativo masculino data do século XVI e a sua invenção é atribuída ao italiano Gabriel Hallopio, professor de Anatomia da Universidade de Pádua. Não tinha fins anticoncepcionais mas, sim, o propósito mais moderno de evitar contágios venéreos, como o da sífilis, que, na altura, causava sérios danos.

O preservativo moderno é um invento inglês de Condom, médico pessoal do rei Carlos II de Inglaterra, em meados do século XVII. Certa vez, o monarca expressara a sua preocupação por a cidade de Londres estar a encher-se de bastardos reais... e, ao que parece, foi isso que levou o médico da corte a produzir aquele dispositivo. Ao médico, o invento custou-lhe ter de mudar de nome, porque os seus inimigos encarniçaram-se contra ele de forma impiedosa.
Em 1702, outro médico inglês, John Marten, assegurava ter encontrado um método eficaz, simultaneamente anticoncepcional e profiláctico: um saco de linho, impregnado de um produto cuja fórmula se negou sempre a divulgar, graças ao qual se evitava o contágio venéreo e se impedia o acesso do esperma ao óvulo feminino. Marten foi assaltado por escrúpulos da consciência e, segundo parece, queimou toda a informação e provas que tinha, para evitar – dizia ele – o incremento de uma vida de dissipação entre os jovens.
Mas a ideia da anticoncepção é anterior à ideia da profilaxia. Só se teve consciência de que o coito podia ser uma via de contágio de doenças já o século XV ia adiantado. Contudo, a necessidade de se evitar a gravidez fez-se sentir no Mundo civilizado quase desde os alvores da civilização.
Devemos dizer, no entanto, que o homem primitivo não relacionou o coito com a fecundação. Todavia, logo que se apercebeu disso, fez tudo o que podia para regular a população, manipulando a fertilidade feminina.
Entre as primeiras tentativas, encontra-se a descrita num papiro egípcio de há 3850 anos, onde se explica como evitar a gravidez. A receita era a seguinte: «A mulher misturará mel com cinza da barrilheira e excremento de crocodilo, a que juntará substâncias resinosas, aplicando uma dose do produto na entrada da vagina, penetrando um pouco nela».O remédio era bom: tinha um cheiro tão nauseabundo que qualquer egípcio normal não se atrevia a aproximar-se. Mas, deixando as brincadeiras de lado, a mezinha funcionava.
Os chineses conheceram o diafragma, feito à base de cascas de citrino, que a mulher tinha de introduzir na vagina.
Foi sempre a mulher quem mais sofreu com o problema da contracepção. E, desde tempos imemoriais, utilizou-se, para o fim descrito, uma série de produtos que iam desde o sumo de limão ao vinagre, a salsa, a mostarda e soluções salinas e saponáceas.
Em 1860, foi reinventado nos EUA. Era o "capuz cervical". O seu inventor, dr. Foote, viu nele um anticoncepcional eficaz, mas foi esquecido. A ideia foi retomada pelo austríaco dr. Kafka, que o popularizou na Europa Central. Era uma espécie de dedal, fabricado com diversos materiais: celulóide, ouro, prata, platina.
O preservativo, tal como hoje o conhecemos, foi popularizado por Charles Goodyear. De produto artesanal, muito elaborado, passou a poder fazer-se em série depois de descoberta a vulcanização da borracha. Com ele nasceu o profiláctico de borracha.

in "História das Coisas" de Pancracio CeldránEditorial Notícias
Fonte: JN